sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dificuldades

Há pessoas que passam a vida a queixar-se. A queixar-se da vida, da sorte, do azar, das circunstâncias, dos outros, delas próprias, de Deus... Como se fossem vítimas de algo que não depende delas, como se não fossem livres nem pudessem fazer as suas escolhas, como se o facto de nem tudo ser fácil seja logo uma razão para não fazer nada, desistir, e fazer a única coisa que sabem fazer bem: queixar-se. Mete-me nojo quem pensa que o mundo gira à sua volta, que por uma mínima dificuldade começam logo a dizer que a sua vida é péssima e desanimam logo, cujo maior problema às vezes é escolher a maquilhagem, uma peça estúpida qualquer de roupa, ou uma rapariga qualquer para engatar. Mas o que sinto ainda é pena destas pessoas, porque têm uma compreensão tão limitada do que as rodeia, porque os seus problemas são tão inúteis e mesquinhos, e ignoram uma série de valores. Se às vezes olhássemos melhor à nossa volta e víssemos tanta gente com mais problemas que nós e que continua em frente, sem se lamentar. Nunca ninguém disse que a vida era justa, nunca ninguém disse que tudo é fácil. mas assim as coisas que vamos conquistando têm mais sabor, e há todo um processo de aprendizagem que é interiorizado. Sim, no fundo tenho é pena porque ao não ter dificuldades e ao desistir estão a seguir o caminho mais fácil, mas menos digno e enriquecedor. Se vale a pena não ir pelo facilitismo? Acho que nem preciso de responder.

1 comentário:

  1. Tudo o que disseste é verdade, mas penso: para quê tornarmo-nos seres prefeitos se todos vamos morrer?Será vale a pena abdicar da família,amigos, férias, etc para alcançar os nossos objectivos?
    Qual a diferença de entrar em Medicina que tem uma média superior a 18, ou entrar em Enfermagem, em que a média não ultrapassa de muito de 15 valores? Ambos os empregos têm horarios pouco flexiveis.
    Vale a pena deixar de conviver para estudar? Tiramos daí alguma vantagem? Porquê tanto esforço e trabalho se daí a uns anos não estaremos cá?
    Qual o objectivo de viver? Porque somos mortais?
    Neste momento estou como Sócrates:"Só sei que nada sei".
    As escolhas não são fáceis de serem tomadas, encontramo-nos muitas vezes em cruzamentos que não sabemos como sair, e a solução mais fácil é por vezes um escape à verdadeira escolha. O ser humano é indeciso, pensa de mais e vive de menos.Queixar torna-se rotineiro, queixamo-nos se escolhemos uma coisa ou se não a escolhemos. E, esperamos pela compaixão do próximo para nos ouvir e escutar, a fim de aliviar a nossa consciência. No fianl sobra a verdadeira essência da questão: qual o caminho a seguir?
    Somos o que escolhemos!

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