quarta-feira, 9 de junho de 2010

Polémicas

Agora anda por aí uma polémica sobre uma professora de Mirandela que se despiu para uma revista masculina. Coloca-se em causa se esta professora não devia ser demitida. Em termos de valores, esta situação é muito similar com uma que foi bastante mediática, só que noutro país: o ex-capitão da selecção inglesa, Jonh Terry, perdeu a braçadeira devido ao facto de ter traído a sua esposa, com a esposa de um companheiro de selecção, Wayne Bridge.
As questões de fundo para estas duas situações são as mesmas: por um lado diz-se que a vida privada de uma pessoa e extra-profissão nada tem que ver com a actividade profissional, e por isso não há problema. Por outro lado, ser professor ou capitão de selecção tem uma série de conceitos e valores implícitos e associados, como o carácter, a honra, a honestidade, o exemplo que tem que dar para os seus adeptos e cidadãos ou para os seus alunos e pais. A questão que se coloca é qual dos pratos desta balança é que pesa mais. Na minha opinião, concordo com o facto de terem retirado a bandeira de capitão, porque para ser capitão de selecção não basta ser bom jogador, tem que se ter uma personalidade forte e, acima de tudo carácter. Tem que se perceber que numa posição destas somos a referência para muitos jovens e uma forma de os ajudar a criar bons valores. Uma situação ainda pior aconteceu com Tiger Woods, que a meu ver corrigiu da melhor maneira o que tinha feito (8 ou 9 "facadinhas" não é para qualquer um), mas o que falta ver é se volta ou não a cometer os mesmos erros.
Quanto à professora de Mirandela, retirando aqueles comentários habituais do tipo "com uma prof destas é que dá gosto ter aulas", acho que ser demitida ou não já não é importante. A polémica que se gerou à volta dela foi bem mais positiva que negativa: passou a ser uma referência para a diversão nocturna e media de interesse masculino. E isto não é algo isolado, é um sintoma preocupante da sociedade em que vivemos.
Quando alguém quiser aumentar os seus rendimentos, basta inventar algo que gere polémica e passará a ser o centro das atenções, o que é bastante lamentável. Mas afinal ela não é bem professora, e deixarei a opinião de Miguel Sousa Tavares, retirada do Expresso de Sábado, que toca neste ponto:

"O que mais me despertou a atenção na maravilhosa aventura programada da célebre professora stripper de Mirandela, foi descobrir duas coisas: uma, que ela, afinal, não é professora, mas sim "monitora de tempos livres"; a outra, que tem um ordenado por inteiro mas um horário de apenas seis horas semanais, as quais pode acumular todas num dia, ficando com o resto da semana livre. Será que se eu me despir, também me arranjam um emprego destes?"

Ora aqui está uma boa sugestão que eu irei anotar quando entrar no mercado de trabalho. Tristeza...

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