terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um Hallelujah

Tudo começou num autocarro. O rádio ia relativamente alto na RFM, e não era daquelas vezes em que a cabeça parece que ia rebentar, para além do mais quando as músicas desta rádio não são propícias para isso. Estava contente, tínhamos acabado de ganhar nas meias finais do Interturmas. É quando começa a tocar uma música que nunca tinha ouvido, mas que bastou ouvir os primeiros acordes e gostei. A senhora que no autocarro se encarregava de vigiar os miúdos e (aparentemente) garantir que levam o cinto de segurança, veio cá atrás, e comentou "Hum, tenho esta música no telemóvel", "Como se chama?", "É "Hallelujah" de "Alexandra Burke". Curiosamente, tínhamos uma ideia para a prova livre da final, e pensei que esta seria a música adequada.
E esta música representa uma das coisas mais marcantes do meu secundário, não só quando actuámos, mas quando ensaiávamos, demos todos as mãos, e ouvimos o Nosso Hallelujah. Nada pode apagar o silêncio depois, a amizade, ali, uma turma, unida. Ainda agora me é muito esquisito lembrar-me de momentos como este e saber que fazem parte do passado, já não voltam. Parece que não quer sair, teima a ficar algures entre o presente e o passado, suspenso.
Hoje, num contexto muito diferente, outra vez num autocarro, toca um "Hallelujah", outra vez na RFM. À frente, umas pessoas conversam. Já passaram muitos Hallelujah desde então, e algumas vezes apetecia-me deixar de ouvir, tal era a volúpia de sentimentos que trazia. Mas é claro, ouvia até ao fim. Desde o "I herd that it was a secret chord, that David played and it pleased the Lord, but you don't really care for music, do you?" até ao "It´s cold and it's a broken Halllelujah". Hoje está frio lá fora. Olho a chuva oblíqua, o vento que a traz. Mas cá dentro o ambiente é aconchegador. Não só porque está quente, mas porque há um Hallelujah que se revive. Se fechar os olhos, sei que estou noutro mundo, noutro dia, e não estou sozinho. Porque há um Hallelujah. Um Hallelujah de paz, um Hallelujah de saudade, um Hallelujah de sentimento, um Hallelujah de amizade. Um Hallelujah que ficou algures perdido desde que uma turma o ouviu de mãos dadas. Um Hallelujah que está sempre a querer desaparecer, mas sobrevive, revive, porque está no coração.

O meu Hallelujah, o Hallelujah do meu 12.ºB, para sempre<3.

1 comentário:

  1. Um Hallelujah que o tempo teima em apagar , mas que proporciona sempre o mesmo sentimento ... O da Saudade .

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