Antes do Cristianismo, já antes o Natal era comemorado, as suas origens remotam a uma tradição pagã, na altura via-se que as noites iam-se tornando cada vez maiores, tinha-se até medo que deixasse de existir dia, e então festejava-se porque marcava o momento em que o dia voltava a crescer e a luz ganhava às trevas. A origem da palavra Natal provem do latim, de um vocábulo que quer dizer "nascer". O Cristianismo, também como forma de melhor se enraizar na sociedade, aproveitou esta data. E hoje em dia o Natal tem o significado que nem é preciso descrever.
Este ano parece que o Natal chegou de repente, sem avisar. Quando somos miúdos o Natal vem ter connosco, agora é altura de irmos nós ter com o Natal. Gosto desta época. Parece que tudo emana uma espécie de atmosfera de felicidade, uma felicidade que parece que vai caindo lentamente como farrapinhos de neve, que se desfazem na mão, mal os agarremos. E quanto mais depressa a tentamos segurar e manter connosco, mais depressa ela desaparece, tal como quando agarramos um farrapinho de neve com mais força, mais rápido se transforma em água. Adoro os presépios, as luzes, as músicas. Tem graça mas parece que tem mais magia ouvi-las na rádio do que no mp3, talvez seja porque não estamos à espera, somos surpreendidos.
Quando era menino (se é que agora ainda não sou), a minha mão disse-me para deixar os sapatos à lareira na noite de consoada porque o Menino Jesus vinha de noite e deixar-me-ia um presente. Qual não foi a minha surpresa quando de manhã vi lá umas moedas! Lembro-me que nessa altura acreditei que tinha sido mesmo o Menino Jesus. Acho que foi das poucas, se não a única vez, em que fui completamente crédulo. Nunca acreditei em Pais Natais nem em coelhinhos da Páscoa. Mas talvez isso não fosse acreditar, porque para acreditar precisamos de ter dúvidas.
Esta noite tenho de encontrar o Natal, o Meu Natal. Um Natal que nos conta a história de um Menino que nasceu numa manjedoura, ao pé de uma vaca e um burro. Um Natal que nos ensina uma mensagem de simplicidade, de esperança no mundo e no futuro, de paz e harmonia, de renovação, de vida, de Deus.
Hoje deixarei os meus sapatos na lareira. Quando chegar de manhã, sei que o Menino Jesus terá lá vindo e deixado magia num sapato, e força de vontade no outro. Sei que sim.
Porque o Verdadeiro Natal acontece no nosso coração.
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