quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Paz


Sentia-me tranquilo. Não tinha expectativas, não tinha inquietações. Estava em harmonia com a Natureza. Para além de sentir a brisa, queria ser o vento que passa, e nada mais faz. Queria ser a água que corre, e simplesmente deslizar. Queria ser os pássaros que voavam, e deixar de tocar as estrelas apenas quando sonhava.
Sentia-me em paz. Quase sentia a Paz. Gostava de ser a paz.

Acordei. Mas acho que não estava a dormir, nem me parece que tenha sonhado. Volto a sentir o peso do mundo. Foi uma miragem, ou uma ilusão. Se a única diferença entre a morte e a ausência é a esperança, entre a paixão e a maldição é a magia, a única diferença entre o sonho e a ilusão é a fé.

Sinto-me sereno. O que parecia doce e sorridente agora parece que perde a magia, a fé, a esperança: é isto que faz parte da nossa alma. Sei que nunca acabarão, assim como a Paz nunca chegará.

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