É aquela sensação que te faltará sempre algo. Por mais que viages, penses, sentirás sempre que o mundo te está a esconder algo. Nem o teu amor a Lídia será suficiente. Quer vocês caminhem pelo parque tranquilamente, quer troquem beijos e abraços, saberás que não podes evitar que ela esteja sozinha. E tu também estás.
Tens que te iludir. Tens que acreditar que o teu amor por Lídia basta, mesmo que ela nada sinta por ti. Tens que tentar ser o melhor em cada coisa, crendo inutilmente que isso serve para algo. Tens que te lembrar que, quando não vires saída do labirinto e o bafejar do Minotauro estiver próximo, ainda não perdeste. Ainda vais a tempo, talvez não sejas tão forte como pensas, mas que isso importa? Respira fundo e começa de novo. E se estiveres cansado da dor de Lídia no teu coração, do peso do mundo que está dentro de ti, tenta ser como os deuses: nada te pertence, vive a tua vida como se não fosse a tua.
Saboreia o espectáculo do mundo sabendo que fazes parte dele.
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