sexta-feira, 26 de abril de 2013

Lembrei-me subitamente do "Juntos ao Luar". Da forma como transmite o amor de uma pessoa matearializado em acções não egoístas. Sim, da forma dolorosa como se tomam decisões que, contribuindo para a felicidade da pessoa que amamos, a colocam mais longe de nós. Amar é deixar em liberdade. Mas quem consegue praticar isto totalmente em todas as suas palavras e gestos? E, acima de tudo, quem consegue deixar Lídia partir sem sentir uma sensação de vazio no coração?

Deixa Lídia partir, recebe em ti a dor de não a ter mais. Pois essa dor decorre de seres imperfeito. No fundo, nunca Lídia foi e será tua. Junta a essa dor o facto de saberes que dificilmente o teu coração pertencerá a outra pessoa.

domingo, 14 de abril de 2013

É aquela sensação que te faltará sempre algo. Por mais que viages, penses, sentirás sempre que o mundo te está a esconder algo. Nem o teu amor a Lídia será suficiente. Quer vocês caminhem pelo parque tranquilamente, quer troquem beijos e abraços, saberás que não podes evitar que ela esteja sozinha. E tu também estás.

Tens que te iludir. Tens que acreditar que o teu amor por Lídia basta, mesmo que ela nada sinta por ti. Tens que tentar ser o melhor em cada coisa, crendo inutilmente que isso serve para algo. Tens que te lembrar que, quando não vires saída do labirinto e o bafejar do Minotauro estiver próximo, ainda não perdeste. Ainda vais a tempo, talvez não sejas tão forte como pensas, mas que isso importa? Respira fundo e começa de novo. E se estiveres cansado da dor de Lídia no teu coração, do peso do mundo que está dentro de ti, tenta ser como os deuses: nada te pertence, vive a tua vida como se não fosse a tua.

Saboreia o espectáculo do mundo sabendo que fazes parte dele.