quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Somos meras crianças. Todos os nossos desejos, aspirações, sonhos, nada mais são que ilusórias (des)ilusões. E a forma cega como os queremos alcançar, é comparável à criança que faz tudo para ter um rebuçado. Tentemos alcançar os nossos objectivos, mas simplesmente pela triste consciência de que precisamos de estar entretidos. Formulemos todo o género de conjecturas e fantasias, alimentando inutilmente a esperança de que existe uma mínima possibilidade de as atingir. Por outro lado, abdiquemos de todos os prazeres imediatos, tenhamos a disciplina de Ricardo sentado ao lado de Lídia. Percebamos que no final, nada nos resta. Tudo foi vão, excepto aquela capacidade que adquiriste de, em qualquer momento da tua vida e especialmente no final, olhares o teu percurso como se não fosse teu; sentires aquela indiferença perante tudo o que te rodeia; experimentar a serenidade de saber que nada mais somos que meras crianças.