domingo, 13 de maio de 2012

*estrelas cadentes

- Dás-me a mão? (ele deu) Às vezes é bom ser inconsciente. Não temos noção do que vai acabar ou continuar e não dói tanto.

- Gosto de olhar para as nuvens. É como diz o poeta: “sente-se o frio de haver luar”.
- Como fazíamos no 10.º ano? (foi há tanto tempo)
(ele abraçou-a e ela chorou. Foram assim todo o caminho)

- No livro que comprei havia uma parte em que a mulher chorava e o homem disse que se a lágrima fosse de alegria se transformaria num diamante, mas se fosse de tristeza ia desfazer-se em cinzas. Ele agarrou a lágrima e transformou-se num diamante. Não sei se as minhas lágrimas seriam diamantes ou cinzas.
- Se calhar não seriam nem uma coisa nem outra. Talvez sejam estrelas cadentes.
- (talvez.)
- Adeus, Susana.

- O abraço desfez-se e a lágrima caiu.
Estrela cadente.

(...)
(ele procurou a mão dela e deram-nas)
-Estrela cadente….
-Nem sei bem porque é que disse isso….
-Sei eu…
(juntaram as outras duas mãos)

-Era bom ficar assim mais um bocado…
-Pode ser que pare mais à frente….
(no princípio ainda se esqueceu mas depois parou, as mãos desenlaçaram-se)
-Até…sexta.
-Adeus.
- Até sempre,
Estrela cadente.
(by: G.&S.)
Abriu as mãos, e nelas reluziam as ricas espirais de pérolas.
-Flynn, não me peças que as aceite.
-Peço-o. Dou-te este presente, Kayleen. São réplicas, e não pertencem a mais ninguém senão a mim. Até te pertencerem a ti.
Estrangulou-se-lhe a voz quando ele as colocou à volta do pescoço.
-Fizeste-as para mim?
-Talvez tenha ficado algo preguiçoso com os anos. Levei um pouco mais de tempo a conjurá-las do que deveria, mas fez-me recordar o prazer de criar.
-São mais bonitas que as outras. E muito mais preciosas.
-E eis uma lágrima - murmurou ele, e apanhando-a com a ponta do dedo enquanto se lhe deslizava pela face - Se cai de felicidade, vai brilhar. Se for de pesar, vai transformar-se em cinzas. Observa.
A gota tremeluziu no dedo dele, cintilou, e depois solidificou-se num diamante em forma de lágrima.
-E é este o teu presente para mim - retirou o pingente de debaixo da camisola, e passou a mão por ele. A gota de diamante brilhava agora debaixo da pedra-de-lua. Vou usá-lo junto ao coração. Sempre.

 Nora Roberts, "Em Sonhos".

Sempre...

sábado, 5 de maio de 2012

Amarelo. Tudo amarelo. Parece dia.

Procuro o melhor ângulo para observar o círculo amarelo reluzente pendurado na tela escura, e com uma pequenas pintas brilhantes à volta. Uma pincelada branca está traçada e parece que quem pegou no pincel o levantou de propósito para poder vislumbrar a Lua, no seu esplendor.

Sou só eu, esta atmosfera magnífica, e uma música que me diz: É verdade, olha como elas brilham para ti...